FERRAMENTAS

Esta seção oferece um conjunto de ferramentas práticas e guias projetados para capacitar jornalistas, ativistas, defensores, acadêmicos, educadores, criadores de conteúdo, artistas, trabalhadores humanitários e formuladores de políticas com os recursos necessários para comunicar eficazmente sobre a Palestina. Desde identificar e combater propaganda comum e falácias lógicas até dominar o uso ético de terminologia e recursos visuais, essas ferramentas fornecem orientações práticas para moldar uma comunicação impactante sobre a Palestina.

Listas de verificação: principais conclusões

Uma lista de verificação principal que resume as principais dicas e conclusões do guia.

Clique em cada um deles para ser direcionado à seção relevante com informações e orientações mais detalhadas.

Ao enquadrar a Palestina

O contexto não se resume apenas a apresentar fatos, mas sim a expor a opressão estrutural para além de incidentes isolados de violência colonial. Não fazer isso acarretaria o risco de espalhar informações erradas, distorcer a realidade e perpetuar narrativas prejudiciais.

Enquadre a ocupação militar, o apartheid, o genocídio e a limpeza étnica como ferramentas do projeto de ocupacão colonial que dura há um século contra o povo palestino.

A violência colonial não deve ser destacada apenas quando aparece de forma visível e brutal, como assassinatos, tortura e bombardeios; ela também deve incluir políticas menos aparentes, mas igualmente destrutivas, que fragmentam famílias, corroem laços comunitários, impõem traumas geracionais e sufocam o desenvolvimento econômico. Capturar todo esse espectro é essencial para retratar a Palestina.

Desde refugiados impedidos de retornar ao Líbano, passando por beduínos vítimas da violência dos colonos na Cisjordânia, comunidades sitiadas em Gaza e aldeias “não reconhecidas” que enfrentaram limpeza étnica na Palestina de 1948 — a opressão colonialista atinge os palestinos em todos os lugares. A fragmentação é, em si mesma, uma estratégia deliberada para consolidá-la.

As práticas coloniais diferem em termos geográficos e de gravidade, mas continuam a ser sistêmicas e interligadas, impulsionadas por um único objetivo: esvaziar a terra de seu povo e negar seu direito coletivo à autodeterminação.

As narrativas mais fortes equilibram a experiência vivida com a injustiça sistêmica e a luta coletiva. Enfatizar demais as histórias corre o risco de reduzir essas lutas a anedotas isoladas e despolitizadas, enquanto enfatizar demais as estruturas corre o risco de apagar o elemento humano, transformando os palestinos em estatísticas e abstrações.

A resistência sob ocupação não é apenas um direito consagrado, mas uma forma de sobrevivência e dignidade. Associar a “violência” aos palestinos é culpar os oprimidos pelo seu sofrimento.

Destaque as diversas formas como os palestinos resistiram ao longo do último século, em vez de comunicar predominantemente apenas quando está envolvida a luta armada. Isso inclui protestos, greves, organização política, trabalho jurídico e de incidência, boicotes, trabalho na terra e construção de comunidades, todos os quais têm sido reprimidos ou criminalizados.

Desmonte o mito do poder simétrico. Um dos lados possui vasta capacidade militar e recebe amplo apoio financeiro e militar de aliados poderosos. O outro é um povo colonizado, sitiado e ocupado, privado de direitos básicos e frequentemente deslegitimado internacionalmente.

Em contextos de injustiça sistêmica, “neutralidade” é ficar do lado do opressor. Identifique o profundo desequilíbrio de poder e as dinâmicas, concentre-se nas causas fundamentais e coloque no centro aqueles cujos direitos são sistematicamente negados.

Conteste a alegação de que um ocupante tem o direito de brutalizar, torturar e assassinar aqueles cujas terras roubam sob o pretexto de “autodefesa”. Isso não só é moralmente indefensável, como também carece de fundamento jurídico ao abrigo do direito internacional.

Os eufemismos suavizam ou ocultam os danos — chame a injustiça pelo seu nome. Identifique o autor do crime e evite linguagem passiva. Certifique-se de que toda a linguagem situa os eventos em seu contexto colonial mais amplo e evite termos reducionistas ou suavizados que minimizem a violência sistêmica e os crimes internacionais.

Evite repetir clichês prejudiciais, mesmo quando se opõe a eles — a repetição reforça a familiaridade. Em vez disso, reformule-os em seus próprios termos, centrando-se nos fatos, na dignidade e na justiça. (Por exemplo, diga que os palestinos estão resistindo à dominação colonial, em vez de dizer que os palestinos não são terroristas).

Reconheça a luta palestina como parte de um movimento global mais amplo contra o imperialismo, o racismo e a opressão. Estabeleça paralelos com outras lutas de libertação para enfatizar experiências comuns de resistência.

Ao retratar palestinos

De Gaza à Cisjordânia, Jerusalém, Palestina de 1948 ou no exílio — todos os 15 milhões de palestinos lutam pela mesma causa de libertação. Unidade não significa uniformidade, mas reconhecer a identidade coletiva e a luta.

Garanta uma representação equitativa entre idades, gêneros, classes sociais, religiões, normas culturais, geografias, origens, afiliações políticas e profissões. Evite enfatizar excessivamente certos grupos — como mulheres ou crianças — para suscitar simpatia.

Os palestinos representam uma ampla gama de experiências e emoções humanas — força e vulnerabilidade, alegria e sofrimento. A mesma pessoa que celebra um casamento com amigos à noite pode ainda voltar para uma casa ameaçada de demolição, com um parente na prisão.

Rejeite a empatia seletiva e reconheça que todos os palestinos, independentemente da aparência, origem ou valores, merecem representação e cobertura. Reconheça que mesmo o palestino mais imperfeito merece liberdade.

Além da opressão e da relação com a violência colonial israelense, os palestinos têm uma cultura e uma identidade ricas que não devem ser apagadas.

Não mude o foco para o que a vítima “deveria ter feito” — concentre-se no dano e no seu contexto. A linguagem que implica culpa reforça a injustiça e apaga as dinâmicas de poder.

Retrate as pessoas como agentes — destaque sua dignidade, determinação, resistência e capacidade de análise, não apenas seu sofrimento. Evite linguagem que os reduza ao seu trauma: deixe-os definir sua própria história.

Evite retratar os palestinos apenas como figuras heroicas de firmeza ou símbolos românticos de resistência. Ao destacar a determinação palestina, é fundamental mostrar os custos e os traumas por trás dela, em vez de retratá-la como uma característica opcional ou fácil. Destaque como os palestinos podem demonstrar força e, ao mesmo tempo, sentir-se vulneráveis.

Evite representações que reduzam os homens palestinos a estereótipos violentos e ameaçadores. Mostre os homens em toda a sua humanidade — capazes de cuidar, sentir alegria, vulnerabilidade, criatividade e resistência.

Destaque as histórias dos palestinos que se engajam na resistência nascida da necessidade e da opressão.

Evite exotizar ou simplificar a cultura e a identidade palestinas — não reduza as pessoas a símbolos, estereótipos ou cenários. Deixe os indivíduos falarem em toda a sua complexidade, com base nas suas realidades vividas, e não na imaginação ocidental.

Ao engajar com palestinos

Reconheça que os palestinos estão em melhor posição para narrar suas realidades, desde experiências pessoais até análises aprofundadas. Os palestinos devem estar no centro de todas as discussões e comunicações sobre a Palestina. Pergunte sempre: onde estão os palestinos nesta conversa?

Os palestinos devem ser os principais agentes nas decisões, processos e planos relacionados com as suas vidas e o seu futuro. Isso significa participação genuína e inclusiva em todas as etapas — desde o planejamento e o projeto até a tomada de decisões e a implementação

A inclusão não deve se limitar ao cumprimento de cotas ou ao preenchimento de formulários de diversidade. Os palestinos devem ter espaço, autoridade e influência genuínos na definição das conversas, narrativas e decisões sobre sua luta.

A representação deve refletir a amplitude da sociedade palestina — sobreviventes, organizadores, especialistas, combatentes e pessoas de todos os partidos políticos, regiões geográficas, gerações e classes sociais.

Compartilhe e promova análises, pesquisas e conhecimentos palestinos sem a necessidade de validação externa por parte de fontes israelenses ou ocidentais. Valorize o trabalho palestino sem intermediários, mediação, espelhamento ou uma voz ocidental para agradar ao público.

Colocar os palestinos verdadeiramente no centro significa respeitar quando eles optam por não falar, não se envolver ou não ser representados. Quando eles decidirem se envolver, certifique-se de que seja nos termos deles e que o espaço esteja baseado em condições éticas. Não instrumentalize as pessoas para obter visibilidade e não reduza as histórias palestinas a representações de sofrimento ou ferramentas para suscitar simpatia.

Aborde as conversas com a intenção de ouvir, compreender e aprender — não para interrogar ou desacreditar. Verifique se sua abordagem não contém falácias. Evite perguntas provocativas ou tendenciosas, falsos binarismos ou enquadramentos simplificados demais. Certifique-se de que as perguntas sejam transparentes em sua intenção e não tenham segundas intenções.

Comunique claramente com antecedência o objetivo, o formato e as condições do compromisso. Forneça todos os detalhes relevantes, incluindo o escopo do tópico, a duração, se a conversa é ao vivo ou gravada, outros participantes e público esperado. Obtenha o consentimento informado e dê aos participantes a oportunidade de revisar como suas contribuições serão apresentadas, especialmente em formatos escritos ou gravados.

Respeite os limites das pessoas, especialmente famílias em luto, famílias de prisioneiros ou pessoas em situações vulneráveis. Não os apresse a fazer aparições públicas nem faça perguntas desumanas. Deixe-os contar suas histórias em seus próprios termos, com dignidade e cuidado.

Não peça às pessoas que falem sobre assuntos fora da sua área de conhecimento. Se você convidar um palestino para dar seu testemunho sobre sua realidade cotidiana, não peça que ele analise a realidade geopolítica. Da mesma forma, se você convidar um especialista em questões ambientais, não faça perguntas sobre temas que ele não domina necessariamente. Não combine os depoimentos palestinos com os de especialistas de forma a marginalizá-los.

Avalie os riscos potenciais para os participantes palestinos — legais, emocionais ou físicos — antes de envolvê-los nas conversas. Não os coloque ao lado de outras pessoas que possam comprometer sua segurança ou dignidade.

Garanta que as discussões sobre a Palestina sejam fundamentadas no contexto histórico e político. Dê tempo aos participantes palestinos para contextualizar e falar sem interrupções, e não os pressione a transmitir mensagens redutoras. A organização das entrevistas deve garantir uma sequência responsável dos interlocutores, imagens precisas emparelhadas ou de fundo e um enquadramento que reflita o contexto, em vez de distorcê-lo.

Não se deve pedir aos palestinos que se coloquem em oposição ao seu opressor. Quando as conversas ou iniciativas não desafiam as estruturas de opressão — ou pior, incluem aqueles que as representam e defendem, ou aqueles que defendem a “paz” apenas no discurso, mas se beneficiam do sistema opressivo — elas se tornam parte do problema.

Ao visualizar

Representação e poder

Esteja atento às dinâmicas de poder no ato da representação visual e ao impacto que isso tem na vida e na realidade das pessoas retratadas.

Utilize técnicas para transferir o poder no processo visual e centrar a autonomia da pessoa representada.

Conte todo o contexto e a história e evite estereótipos, a fim de retratar as pessoas e as histórias de forma ética em seu ambiente mais amplo.

Não retrate os palestinos como primitivos, pobres, congelados no tempo, exóticos, inerentemente violentos ou outros estereótipos prejudiciais. Reconheça como as representações visuais podem reforçar percepções racistas, patriarcais e coloniais.

Enfatize os palestinos como agentes ativos. Capture a resistência palestina, a sumoud (determinação, firmeza, perseverança) e a criatividade sem romantizar as pessoas ou cair na exploração das vítimas.

Evite imagens que retratem os palestinos como subservientes, submissos ou necessitados de salvação. Essas representações estimulam a piedade em vez da solidariedade. Em vez disso, concentre-se em imagens que capturem autonomia, dignidade e resistência coletiva.

Capture a complexidade da vida palestina além dos momentos de opressão israelense, incluindo rotinas diárias, cultura, patrimônio e laços comunitários. Rejeite a tendência de retratar os palestinos apenas em momentos de dificuldade ou como unidimensionais.

Capture os palestinos em toda a sua diversidade, refletindo todos os gêneros, classes sociais, religiões, normas culturais, localização geográfica, origens e funções. Isso inclui mostrar homens, mulheres, crianças e idosos como estudantes, pais, trabalhadores, artistas, líderes comunitários, os que lutam pela liberdade e muitos outros que, juntos, formam o rico tecido social da sociedade palestina.

Esteja ciente de que representações constantes de destruição, ruínas ou figuras heróicas podem, sem querer, reafirmar o poder colonialista e romantizar tanto as estruturas opressivas quanto as pessoas. Use recursos visuais que resistam a transformar a destruição ou a resistência em símbolos e, em vez disso, afirmem a complexidade da vida palestina.

Evite comercializar símbolos de resistência para obter lucro ou o sofrimento palestino como ferramenta de marketing.

Envolvimento ético e tomada de decisões no terreno

Defina claramente por que você deseja capturar uma determinada imagem ou vídeo. Que mensagem, emoção ou ação você espera evocar? Você está realmente tentando compartilhar histórias e vozes palestinas, ou o objetivo é se apresentar como um herói ou promover o trabalho da sua organização?

Reconheça o desequilíbrio de poder inerente ao seu papel como fotógrafo, cineasta ou documentarista.

Pesquise ou pergunte sobre o contexto e as histórias da comunidade que você está capturando.

  • Respeite a privacidade dos outros e peça permissão antes de tirar fotos ou gravar vídeos deles. Geralmente, não é necessário obter consentimento para fotos de multidões ou quando o foco está em uma situação e não em indivíduos específicos, especialmente se as pessoas retratadas não forem reconhecíveis.
  • Se a pessoa for menor de idade, obtenha sempre o consentimento dos pais ou responsáveis.  
  • Pergunte aos palestinos onde e como eles gostariam de ser retratados e deixe-os participar de cada etapa do processo. 
  • Comunique claramente como e onde o visual será utilizado. Uma pessoa pode dar consentimento para ser fotografada, mas não para que sua foto seja exibida no folheto da sua organização, em um grande outdoor ou nas suas redes sociais com um apelo para doações.
  • Deixe claro que recusar o consentimento não acarreta consequências negativas.
  • Certifique-se de que o conhecimento sobre o consentimento seja transferido para toda a equipe responsável pela seleção, edição e publicação de recursos visuais. 
  • O consentimento informado deve ser obtido com cautela pelos trabalhadores do setor de desenvolvimento internacional. Muitas vezes, existe uma relação de dependência entre a organização doadora e as pessoas que ela atende. Isso pode resultar em uma pressão implícita sobre as pessoas para que aceitem ser fotografadas, mesmo que não se sintam à vontade para concordar. Nesses casos, é responsabilidade do fotógrafo priorizar abordagens participativas com base em sinais de desconforto.

Evite capturar palestinos em situações vulneráveis, como quando estão feridos, quando perseguem um caminhão de ajuda humanitária ou quando recolhem seus pertences em meio à angústia da demolição de suas casas.

Obtenha consentimento e evite fotografias intrusivas que desrespeitem os costumes e tradições locais ou que possam prejudicar a reputação dos palestinos.

Evite transformar a luta existencial dos palestinos em conteúdo polêmico para suas redes sociais. Não se posicione como o herói nas histórias palestinas.

Ao fotografar palestinos resistindo, protestando ou em qualquer contexto em que possam correr o risco de retaliação israelense, priorize a segurança deles usando ângulos criativos e silhuetas que protejam sua identidade.

Edição e publicação

Inclua legendas, descrições, citações diretas e recursos adicionais que capturem a história completa e forneçam contexto sobre o local, o momento e os atores envolvidos.

Certifique-se de que os recursos visuais que acompanham entrevistas, filmes, conteúdo de mídia social ou relatórios não prejudiquem ou distraiam a mensagem ou a história.

Evite manipular imagens, filmagens ou sons de forma que possa induzir os espectadores em erro ou deturpar o que é retratado.

Evite publicar imagens que possam colocar os palestinos em risco de prisão, vigilância ou retaliação. Utilize técnicas de proteção, se necessário, como pixelização, desfocagem, anonimato ou recorte.

Considere como e onde seu trabalho é compartilhado e como isso pode afetar a segurança, a autonomia e a privacidade das pessoas representadas.

Na defesa ou incidência

Mantenha-se firme em sua resistência e solidariedade. Sua voz é essencial, e a luta pela justiça não deve ser silenciada.

Mantenha-se autêntico ao comunicar as realidades da opressão colonial e seja estratégico na forma como transmite sua mensagem.

Responsabilize os meios de comunicação, instituições acadêmicas, agências doadoras e empresas de mídia social quando censuram vozes palestinas e solidárias. Quando for relevante, exponha publicamente a censura, apresente reclamações e amplifique as vozes que as instituições tentam silenciar.

Garanta que os responsáveis por campanhas difamatórias sejam responsabilizados. Exija inquéritos públicos e investigações sobre como esses ataques violam as liberdades de expressão, da mídia e do meio acadêmico.

Entre em contato com organizações como a Palestine Legal, o Centro Europeu de Apoio Jurídico e seu sindicato para obter apoio jurídico. Conheça seus direitos e entenda como navegar em um ambiente cada vez mais repressivo.

Mantenha-se informado sobre as ferramentas e práticas de segurança digital e física para proteger sua identidade e seu trabalho.

Resista à normalização do horror. O sofrimento palestino não dá trégua, nem mesmo para o luto.

Evite a atenção e a mobilização esporádicas que só aumentam durante a violência destrutiva. A inconsistência corre o risco de alimentar a apatia, que normaliza a opressão e apaga a urgência da libertação palestina.

Proteger-se faz parte de manter a luta. Priorize o descanso, o cuidado, a reflexão e os relacionamentos de apoio.

Reconheça a fadiga da compaixão, mas não como uma desculpa para a apatia. Crie espaço para o cuidado, mantendo-se politicamente engajado.

O isolamento e a exaustão emocional são reais, mas lembre-se de que você não está sozinho nessa luta — o poder coletivo é o seu maior recurso. Conecte-se com redes globais de solidariedade e construa alianças entre movimentos e comunidades.

Lembre-se de que a luta global pela justiça está interligada, e sua voz faz parte de uma luta maior pela justiça e dignidade contra os sistemas de imperialismo e racismo.

Quando se detém o poder

Pare de silenciar, excluir, apagar, estereotipar, difamar ou desumanizar os palestinos ou suas narrativas. Essas práticas são exemplos clássicos de racismo contra os palestinos.

A desinformação está incorporada nas táticas do regime israelense. Sempre presuma que as informações sobre os palestinos e seus aliados provenientes dessas fontes são de má-fé e têm objetivos malévolos.

Rejeite campanhas difamatórias e esforços de lobby que visam impor leis, políticas ou medidas repressivas contra os palestinos e seus aliados que defendem direitos e justiça.

Revogar toda a legislação e políticas que criminalizem a incidência, a defesa da causa palestina e aplicar medidas de proteção contra a perseguição ou estigmatização de pessoas com base nas suas opiniões sobre a Palestina.

Faça distinção clara entre antissemitismo e crítica a Israel ou ao sionismo. Oponha-se ao uso indevido de leis e definições — como a definição da IHRA — que silenciam a defesa legítima dos direitos palestinos. Desvincular o sionismo do judaísmo é crucial, mas os palestinos não devem ser sobrecarregados com a obrigação de fazer essa distinção em cada palavra ou ação que realizam.

Defenda direitos fundamentais como a liberdade de expressão, de protesto, acadêmica e de imprensa, bem como o direito de boicote para todos. Confronte a hipocrisia de pregar os direitos humanos universais e os valores democráticos, ao mesmo tempo que se silencia a dissidência e se criminaliza aqueles que desafiam as políticas israelenses.

Garanta que os palestinos e seus aliados possam publicar, ensinar e falar livremente, sem medo de censura, retaliação ou interferência institucional. Estabeleça diretrizes e mecanismos claros e transparentes que impeçam os tomadores de decisão ou atores externos de impor censura.

Elimine todas as políticas e práticas que permitem reportagens tendenciosas e suprimem uma abordagem precisa e contextualizada em todo o ciclo da mídia — desde a seleção e obtenção de vozes palestinas até a filtragem editorial e guias de estilo que proíbem o uso de linguagem precisa. Comprometa-se com os princípios de independência, imparcialidade e responsabilidade na prestação de contas, em conformidade com a Carta Global de Ética para Jornalistas.

Melhore a precisão e as nuances nas reportagens, nomeando palestinos e outras pessoas com experiência direta na Palestina para cargos editoriais, de produção e de liderança.

Divulgue publicamente as políticas editoriais, guias de estilo, memorandos internos e outras diretrizes institucionais que moldam a cobertura e a tomada de decisões sobre a Palestina.

Responda e corrija casos de censura e repressão injustas, e comunique publicamente as medidas tomadas.

Reconheça como os mecanismos de financiamento podem reproduzir relações de dependência e colonialismo.

Acabe com o financiamento condicional e deixe de impor condições restritivas que ditam as estratégias e o envolvimento dos grupos da sociedade civil palestina com as pessoas e as comunidades. Isso deve incluir respeitar e reconhecer a luta nacional anticolonial legítima do povo palestino e seu direito de resistir, bem como empoderar os grupos palestinos para que definam suas prioridades, estratégias e narrativas.

A advocacia palestina, o empoderamento da comunidade, a organização pA defesa dos direitos dos palestinos, o empoderamento comunitário, a organização de base, o jornalismo, as artes e o trabalho jurídico são inerentemente políticos. Forçá-la a se encaixar em estruturas isoladas, como humanitária, direitos humanos, gênero ou empoderamento dos jovens — sem contexto político — não permite analisar a situação com precisão e encontrar respostas adequadas.

Combatendo falácias

Argumentos falhos, ilógicos ou enganosos — conhecidos como falácias — são frequentemente usados para minar as narrativas palestinas e distorcer as discussões sobre sua luta pela liberdade. Essas táticas podem aparecer em uma ampla gama de espaços de comunicação, incluindo entrevistas na mídia, eventos políticos, diplomáticos e de solidariedade, e discussões nas redes sociais. Frequentemente, elas aparecem como perguntas tendenciosas ou argumentos distorcidos, impondo falsas dicotomias, deturpando argumentos, atacando o interlocutor ou usando argumentos descontextualizados, irrelevantes, reducionistas ou provocadores. 

As falácias não têm como objetivo promover um diálogo genuíno, mas sim desacreditar quem fala, suprimir as narrativas palestinas, manipular a percepção pública e reforçar estereótipos prejudiciais. Elas são projetadas para distrair e encurralar os oradores palestinos em posições defensivas. Eles desviam a atenção da violência estrutural do colonialismo e da ocupação, transferindo a culpa do opressor para o oprimido. 

Seja você um porta-voz da mídia, um ativista, um defensor em espaços políticos e diplomáticos ou qualquer pessoa que fale sobre a Palestina, é fundamental reconhecer essas táticas para evitar ser encurralado, manter o foco em sua mensagem original e desafiar com eficácia as tentativas de distorcer sua posição.

Quando os produtores de televisão nos convidam para participar de seus programas, eles não buscam nos entrevistar para conhecer nossas experiências, análises ou o contexto que podemos oferecer... Eles nos convidam para nos interrogar... desacreditar o mensageiro como forma de desacreditar a mensagem... Quantas horas você já perdeu se defendendo de ataques ad hominem? (Não, nossos homens são pais gentis!) ou acalmar as paranoias de argumentos falaciosos (Não, “do rio ao mar” não é um apelo secreto ao genocídio!) ou navegar por terrenos escorregadios (Não, uma Palestina livre não levará a um segundo Holocausto!) ou parar para distrações (Não, não há túneis sob o hospital!) ou apelar para a autoridade. (Até mesmo os estudiosos israelenses concordam que se trata de um genocídio!) ou desmascarando equívocos (Não, o antissionismo não é antissemitismo!)? A própria qualidade da propaganda — ilógica — é precisamente seu ponto forte, porque é uma distração.
Mohammed El-Kurd, “Vítimas perfeitas”

A pergunta falaciosa “Você condena o Hamas?”

Essa questão é um exemplo clássico de como falácias lógicas são usadas para minar as narrativas palestinas e distorcer as discussões sobre a luta pela liberdade. Tem sido amplamente utilizado por jornalistas, formuladores de políticas e figuras públicas, especialmente desde o genocídio em curso contra os palestinos e seus aliados.

Em sua essência, essa tática se baseia em dois equívocos comuns:

  1. Falácia da falsa dicotomia: Apresenta uma escolha entre duas opções mutuamente exclusivas, com a implicação de que essas são as únicas duas opções disponíveis.

  2. Pista falsa: Introduz um tema irrelevante para desviar a atenção do argumento principal. 

A pergunta em si não tem como objetivo promover um diálogo genuíno, mas sim colocar o entrevistado em uma postura defensiva. Isso obriga os palestinos a renegar sua luta legítima pela liberdade — seja articulando suas narrativas, jogando uma pedra em um tanque militar ou resistindo com armas — ou correr o risco de serem retratados como extremistas.

Se a pessoa que fala “passar” nesse padrão de ofuscação, ela poderá ser retratada como uma fonte confiável (ou equilibrada/imparcial). Não fornecer as respostas que os meios de comunicação ou os decisores políticos esperam faz com que o orador seja visto como um vilão ou defensor do extremismo e do “terrorismo”. Isso transfere a culpa do opressor para o oprimido, absolvendo Israel de responsabilidade.

Portanto, é essencial rejeitar completamente a premissa falsa de tais questões. Em vez disso, denuncie a falácia e redirecione a conversa para as questões centrais: o genocídio em curso, a ocupação e a negação sistemática dos direitos dos palestinos.

Veja algumas das falácias mais comuns encontradas ao se comunicar sobre a Palestina, juntamente com suas definições, exemplos e dicas para contestá-las.

Falácia evasiva

Definição:

Uma forma de desvio em que alguém responde a uma crítica mudando o foco para uma questão diferente, muitas vezes apontando a hipocrisia percebida ou irregularidades não relacionadas do oponente. Essa tática geralmente assume a forma de “E quanto a X?” e implica que a crítica original é inválida porque outros também são culpados e  que, portanto, o crítico é um hipócrita.

Pessoa A: “Israel deve ser responsabilizado pelos crimes de guerra e violações dos direitos humanos na Palestina.”

Pessoa B: “Mas e quanto ao histórico de direitos humanos da Autoridade Palestina e suas práticas antidemocráticas?”

Dica:

Evite se envolver diretamente com o argumento evasivo, mesmo que reconheça que ele possa ter mérito. Em vez disso, aponte a falácia e redirecione firmemente a conversa de volta ao ponto original.

Pista falsa

Definição:

Uma distração que introduz um tema irrelevante para desviar a atenção do argumento principal. Ao contrário da falácia evasiva, não implica necessariamente hipocrisia ou contra crítica, mas visa desviar a atenção ou desviar a discussão para um assunto não relacionado.

Pessoa A: “Israel deve ser responsabilizado pelos crimes de guerra e violações dos direitos humanos na Palestina.”

Pessoa B: Mas Israel é a única democracia no Oriente Médio e possui uma comunidade LGBTQ+ vibrante com fortes proteções legais."

Dica:

Reconheça o comentário irrelevante, desconstrua-o se necessário, mas redirecione claramente a discussão para o ponto original.

Ad Hominem

Definição:

Tentativas de desacreditar um argumento atacando ou insultando o caráter ou as motivações da pessoa que o apresenta, em vez de se concentrar no conteúdo do argumento. O objetivo dessa falácia é desacreditar o mensageiro como forma de desacreditar a mensagem.

Pessoa A: “Os palestinos têm o direito de resistir à ocupação militar de suas terras.”

Pessoa B: “Você diz isso porque apoia a violência e o terrorismo.”

Dica:

Evite concentrar-se na pessoa que está usando a falácia e se envolver em ataques pessoais. Em vez disso, aponte a falácia e seu tom racista e desumanizante e, em seguida, redirecione a conversa para o tópico original.

Falácia do Espantalho

Definição:

Deturpar ou simplificar o argumento de outra pessoa para facilitar o ataque e distorcer sua posição a fim de enfraquecer sua postura. Ao contrário dos ataques ad hominem, que visam a pessoa que apresenta o argumento, as falácias do espantalho concentram-se em criar uma versão enganosa do próprio argumento, tornando-o mais fácil de rejeitar ou refutar.

Pessoa A: “A Palestina será livre, do rio ao mar”.

Pessoa B: “Isso é antissemita. Você está basicamente pedindo o fim da segurança e da autodeterminação judaicas.”

Dica:

Rejeite firmemente essa tática, denunciando a distorção. Reitere claramente sua mensagem original, enfatizando que, se os apelos pela liberdade forem interpretados como ameaças ou atos de racismo, isso diz mais sobre os preconceitos e suposições de quem ouve do que sobre as intenções de quem fala.

Falso dilema

Definição:

Apresentar uma escolha entre duas opções mutuamente exclusivas, com a implicação de que essas são as únicas duas opções disponíveis.

Pessoa A: “Os refugiados palestinos devem retornar à sua terra natal e propriedades.”

Pessoa B: “Você está efetivamente pedindo a destruição do estado de Israel.”

Dica:

Denuncie a falsa dicotomia, destacando as opções reducionistas apresentadas. Enfatize que, se os apelos por direitos são interpretados como ameaças, isso diz mais sobre os preconceitos e suposições de quem ouve do que sobre as intenções de quem fala. Depois de desmontar a falácia, redirecione a conversa com firmeza para o seu ponto principal.

Falsa equivalência

Definição:

Faz uma comparação direta entre duas coisas que não são comparáveis, tratando-as como se tivessem o mesmo peso moral, legal ou prático, apesar das diferenças significativas em termos de contexto, poder ou escala.

Pessoa A: “Israel está cometendo um genocídio e bombardeando crianças palestinas.”

Pessoa B: “Mas por que os terroristas lançam foguetes? “Cada história tem dois lados”

Dica:

Exponha claramente o desequilíbrio de poder e o contexto que a falácia tenta ocultar. Desafie a narrativa perigosa que equipara as ações do colonizador e do colonizado, enfatizando as realidades estruturais, históricas e políticas que tornam tais comparações fundamentalmente falhas. Depois de desmontar a falácia, redirecione a conversa com firmeza para o seu ponto principal.

Reducionismo

Definição:

Simplificar excessivamente uma questão, reduzindo-a a um único ângulo ou explicação, ignorando o contexto mais amplo, o escopo completo das experiências e dinâmicas de poder envolvidas e as diversas perspectivas que moldam a realidade em discussão.

Pessoa A: “Temos o direito de resistir à ocupação militar.”

Pessoa B: “Mas tudo o que vejo são tumultos violentos. A paz só virá quando vocês pararem de lutar um contra o outro.”

Dica:

Contrarie essa simplificação excessiva, expondo o contexto mais amplo em que os eventos ocorrem. Articule claramente todo o alcance da luta, incluindo a violência sistêmica, o colonialismo e a ocupação militar, bem como a negação de direitos que impulsionam a resistência.

Apelo à complexidade

Definição:

Tentar encerrar uma conversa alegando que ela é muito complicada ou não pode ser resolvida, como forma de evitar abordar o mérito do argumento.

Pessoa A: “Os Palestinos merecem liberdade e justiça.”

Pessoa B: "Não é tão simples. Esta é uma questão muito complexa. Será que isso vai acabar algum dia?”

Dica:

Rejeite tentativas de descartar a conversa alegando que ela é muito “complicada”. Embora alcançar a liberdade possa ser difícil, discutir o que está acontecendo continua sendo simples. Não é preciso ter um doutorado para chamar uma ocupação injusta de injusta. Intelectualizar em excesso implica que a dificuldade em alcançar algo torna a busca por isso, e as conversas em torno disso, inúteis. Isso é um disparate. Nós nos esforçamos continuamente para tornar a sociedade melhor, mesmo que uma sociedade perfeitamente justa seja inatingível.

Generalização e evidência anedótica

Definição:

Tirar conclusões generalizadas sobre um grupo, questão ou assunto com base em experiências pessoais limitadas ou dados ou evidências insuficientes. Isso simplifica excessivamente questões complexas ao assumir que um exemplo ou um pequeno conjunto de experiências pode representar com precisão um grupo ou uma situação inteiros.

Exemplo: “Estive na Palestina uma vez e conversei com algumas pessoas e, pelo que vi, os palestinos são muito religiosos.”

Dica:

Destaque que conclusões tiradas de anedotas pessoais ou dados limitados não são representativas da realidade mais ampla. Esse tipo de raciocínio contribui para a criação de estereótipos e pode levar a narrativas redutoras que simplificam demais a realidade.

Post Hoc

Definição:

Supor que, como um evento segue outro evento, ele deve ser causado por ele; supor que não há outros fatores ou explicações possíveis.

Pessoa A: “O bloqueio israelense sobre Gaza transformou a região em um lugar inabitável.”

Pessoa B: Esse bloqueio só começou porque os palestinos elegeram o Hamas. Se o Hamas não tivesse vencido, Gaza estaria bem.”

Dica:

Conteste esse raciocínio falho de causa e efeito, expondo o contexto mais amplo e os múltiplos fatores envolvidos. Esse argumento não só deturpa a realidade do bloqueio, como também culpa implicitamente todo um povo pela sua própria opressão, apagando décadas de colonialismo, ocupação e punição coletiva.

Apelando à ignorância

Definição:

Afirmar que algo deve ser verdade simplesmente porque não foi provado que seja falso, ou vice-versa. Nessa falácia, o argumentador não fornece evidências para sustentar sua afirmação. Em vez disso, eles transferem o ônus da prova para a outra parte, sugerindo que a falta de provas em contrário significa que sua alegação deve ser verdadeira.

Pessoa A: As forças de ocupação israelenses mataram extrajudicialmente cinco palestinos em seu carro. Testemunhas oculares descreveram o terrível assassinato.”

Pessoa B: Mas não vi imagens nem qualquer prova concreta, e o governo israelense negou isso. Portanto, não podemos presumir que eles foram os responsáveis.”

Dica:

Dica: rejeite essa falácia apontando que a ausência de evidências amplamente disponíveis não é prova de que algo não aconteceu, especialmente quando a parte acusada controla a narrativa, espalha desinformação e tem uma longa história documentada de crimes de guerra.

PaliAnswers: Desmascarando a propaganda

Muitas vezes, o impulso de desmascarar mitos, o reflexo de refutar invenções — ou como quer que se queira chamar — nos leva a esquecer que a propaganda é, por definição, uma distração... Certamente, a propaganda deve ser desmascarada. A ideia é “desmascarar” com dignidade, sempre chamando a atenção para o elefante na sala: a propaganda. Minha missão não é limpar meu nome de falsas acusações, mas sim desmascarar a falsidade e a duplicidade dos meus acusadores. Caso contrário, a lógica diante da ilógica é míope, porque, sem querer, legitima a insidiosidade, dignifica-a com uma resposta... Ao explicar as entrelinhas perniciosas de um determinado argumento (ou simplesmente revelá-lo por meio do ridículo, da rejeição ou da repudiação), desarma-se esse argumento, afrouxando o domínio psicológico que ele exerce sobre a mente dos ouvintes.
Mohammed El-Kurd, “Vítimas perfeitas”

Esta seção oferecerá respostas concisas a alegações propagandísticas comuns sobre a Palestina, equipando defensores e educadores com argumentos baseados em evidências para combater a desinformação com dignidade e eficácia.

FIQUE DE OLHO
OS RECURSOS ESTÃO A CAMINHO

Guia de terminologia

Esta ferramenta oferece um glossário alfabético de termos problemáticos comumente usados na mídia internacional, na política, no meio acadêmico, nas artes, na incidência e em contextos de desenvolvimento quando se discute a Palestina. Oferecemos alternativas mais precisas e éticas. Embora sejam sugeridas várias substituições para cada termo, nem todas serão adequadas em todos os contextos. Muitos desses termos e seus substitutos também podem ser aplicados ao se comunicar sobre outros povos oprimidos e lutas por justiça. Esta ferramenta não é exaustiva e será atualizada regularmente com contribuições relevantes.

A luta dos oprimidos na linguagem para nos recuperarmos, nos reconciliarmos, nos reunirmos, nos renovarmos. Nossas palavras não são sem sentido, elas são uma ação, uma resistência.
bell hooks, 'Anseio: raça, gênero e prática cultural'
Conflito árabe-israelense
  1. Ocupação colonial sionista
  2. Ocupação militar israelense
  3. Apartheid israelense
  4. A luta palestina
  5. A questão palestina
  6. A colonização da Palestina

Veja também: Conflito; Conflito israelo-palestino; Guerra entre Israel e Hamas

Árabe-israelense/minoria árabe
  1. Palestinos com cidadania israelense
  2. Cidadãos palestinos de Israel
  3. Palestinos de 1948
  1. Palestinos

Veja também: Habitantes de Gaza

Árabes
  1. O povo palestino
  2. Palestinos
Ataque aéreo
  1. Bombardeio/Bombardeamento
  2. Destruição
  3. Atentado aéreo

Veja também: Explosão

Barreira
  1. Apartheid/Anexação/Muro da Segregação

Barreira é geralmente precedida por segurança ou separação

Veja também: Muro; Cerca

Beneficiários
  1. Membros da comunidade
  2. Palestinos
  3. Parceiros
  4. Sobreviventes

Comumente usado no setor humanitário, o termo “beneficiários” enquadra as pessoas como receptores passivos de ajuda e reforça as hierarquias entre “doadores” e “recebedores”.

Veja também: Sem voz

Ambos os lados
  1. Colonizadores/ocupantes israelenses e palestinos ocupados
  2. O regime colonialista israelense e as autoridades palestinas
  3. Autoridades/negociadores palestinos e governo/exército israelense

*Seja preciso sobre quem está envolvido para evitar sugerir simetria e falsa paridade.

Veja também: Conflito; conflito árabe-israelense; conflito israelense-palestino; Guerra Israel-Hamas

Vítimas
  1. Israel matou X palestinos

*Evite isolar as mulheres como uma categoria separada ao relatar vítimas palestinas, a menos que seja relevante para o contexto. Fazer isso pode privá-los de sua capacidade de ação política e enquadrá-los apenas como vítimas passivas.

Preso no fogo cruzado
  1. Morto
  2. Massacrado
  3. Assassinada
Cidade de David
  1. Silwan (Consolo)
Guerra Civil/Conflito
  1. Ataques de colonos
  2. Violência dos colonos
  3. Violência colonialista

O termo “conflito civil” é frequentemente utilizado quando a violência dos colonos se intensifica contra os palestinos com cidadania israelense na Palestina 48. Reduz a realidade colonialista a uma questão étnica ou religiosa.

Civis (palestino)
  1. Palestinos

”Civis” é normalmente utilizado quando se reporta o número de pessoas mortas e se distingue quantas eram “civis” em oposição a combatentes. Isso implica que existe uma “guerra” entre duas partes simétricas, quando, na verdade, Israel está ocupando ilegalmente a Palestina.

Veja também: Ambos os lados

Confrontos
  1. Repressão aos manifestantes
  2. Violência colonialista contra os palestinos
  3. Resistência palestina à violência dos colonos
  4. Protestos palestinos
  5. Brutalidade do exército/colonos

Veja também: Escaramuças.

Fechamento
  1. toque de recolher militar
  2. Bloqueio
  3. Cerco
  4. Guetização
Conflito
  1. Colonialismo sionista
  2. Ocupação militar israelense
  3. Apartheid israelense
  4. A luta palestina
  5. A questão da Palestina
  6. A colonização da Palestina

Veja também: Conflito árabe-israelense; conflito israelense-palestino; Guerra entre Israel-Hamas.

Confisco
  1. Roubo de terrenos/propriedades
  2. Expropriação de terras
  3. Anexação
  4. Saque
Contestado (território/terra)
  1. Território anexado/ocupado
  2. Terra sob ocupação militar

Veja também: Território disputado

Crise
  1. Genocídio
  2. Opressão
  3. Limpeza étnica
  4. Violência colonial
  5. Situação
  6. Realidade

”Crise” implica uma perturbação temporária de uma situação normal e é geralmente usado para descrever a realidade na Palestina, sanitizando a opressão sistemática e o genocídio.

Veja também: Conflito

Cruzando
  1. Posto de controle militar
Controle de multidões
  1. Supressão
  2. Repressão
  3. Brutalidade do exército

Veja também: Dispersão

Dispersão
  1. Supressão
  2. Repressão
  1. Assalto

Veja também: Controle de multidões

Disputado (território/terra)
  1. Território anexado/ocupado
  2. Terra sob ocupação militar
  3. Terra colonizada

Veja também: Terra disputada

Disputa
(imóveis/propriedade)
  1. Expulsão forçada
  2. Expropriação
  3. Roubo de propriedade
  4. Expropriação de terras

Veja também: Despejos

Jerusalém Oriental
  1. Jerusalém
  2. Parte oriental de Jerusalém

Veja também: Bacia Sagrada

Eliminação
  1. Assassinato extrajudicial
  2. Assassinato
  3. Homicídio
  4. Chacina/Massacre

Veja também: Assassinato seletivo; Liquidação; Neutralização

Despejos/
Ordem de evacuação
  1. Expulsões/deslocamento/transferência forçadas
  2. Limpeza étnica
  3. Expropriação
  4. Nakba em andamento
  5. Deportação

Veja também: Disputa (imóveis/propriedade)

Explosão
  1. Bombardeamento/bombardeio
  2. Destruição
  3. Ataque/atentado aéreo

Veja também: Ataque aéreo

Extremista (judeus/israelense/ataques)
  1. Colonizador
  2. Colono
  3. Violência de colonos apoiada pelo Estado

”Extremista” é frequentemente usado para descrever atos de violência por parte de indivíduos israelenses. Isso torna a questão excepcional e enquadra a violência colonialista sistêmica dos colonos israelenses como incidentes isolados.

Fome
  1. Inanição/Fome forçada
  2. Inanicão como arma de guerra

Veja também: Inanicão

Cerca
  1. Muro de Apartheid
  2. Muro de Anexação
  3. Muro de Segregação

“Cerca” é comumente precedida por segurança ou separação

Veja também: Barreira; Muro

Fugitivo
  1. Combatente pela liberdade

”Fugitivo” implica criminalidade dos combatentes pela liberdade palestinos que se escondem para não serem assassinados ou presos.

Veja também: Procurado

Habitantes de Gaza
  1. Palestinos em Gaza

Variações como Também são usados os termos “West Bankers” ou “48ers”. Esses rótulos sugerem que a identidade palestina é moldada pela fragmentação imposta a eles e pressupõem que todos os palestinos que vivem atualmente em uma determinada região são originários dali, omitindo o fato de que a maioria dos palestinos são refugiados de outras partes da Palestina.

Veja também: Árabes-israelenses; minoria árabe

Dando voz
  1. Amplificando
  2. Fornecimento de uma plataforma ou fórum
  3. Garantindo a agência
Bacia Sagrada
  1. Jerusalém

Veja também: Jerusalém Oriental

Fome
  1. Inanição/fome forçada
  2. Inanição como arma de guerra

Veja também: Fome

Ilegal (colonos/colônia/ocupação)
  1. Colonos/colonizadores
  2. Colônias
  3. Ocupação

”Ilegal” pode ser usado para enfatizar as conclusões do direito internacional, mas o uso sistemático dos adjetivos cria uma falsa noção de que algumas políticas e atos do colonialismo israelense são legais ou legítimos.

Guerra Israel-Hamas/Guerra Israel-Gaza
  1. Genocídio contra palestinos
  2. Ofensiva militar
  3. Agressão
  4. Assalto

Mesmo que a palavra “guerra” seja usada, ela deve retratar que há uma guerra genocida/agressiva contra os palestinos, mas não uma guerra entre dois lados.

Veja também: Conflito de guerra; conflito árabe-israelense; conflito israelense-palestino

Fronteira israelense
  1. Linha Verde/Linha do Armistício (se se referir aos limites de 1948)
  2. Cerca de Gaza (se se referir às fronteiras com Gaza)

Israel nunca declarou sua fronteira, para permitir a expansão colonialista contínua.

Forças de Defesa de Israel (IDF) /Polícia
  1. Forças de ocupação israelenses (IOF)
  2. Forças armadas/exército israelenses
  3. Forças coloniais israelenses

Veja também: Tzahal

Conflito israelense-palestino
  1. Colonialismo sionista de colonos
  2. Ocupação militar israelense
  3. Apartheid israelense
  4. A luta palestina
  5. A questão da Palestina
  6. A colonização da Palestina

Veja também: Conflito; Guerra Israel-Hamas

Judeia e Samaria
  1. Cisjordânia ocupada

Veja também: Terra Prometida

Terra de Israel
  1. Palestina colonizada
  2. Palestina ocupada
  3. Palestina

Veja também: Terra Prometida; Judéia e Samaria

Nivelamento (terra)
  1. Destruçao
  2. Demolição

Veja também: Explosão; ataque aéreo

Liquidação
  1. Assassinato extrajudicial
  2. Assassinato
  3. Homicídio
  4. Chacina

Veja também: Assassinato seletivo; neutralização; eliminação

Mandato/Obrigatório
  1. Colonial
  2. Ocupando

Frequentemente usado para descrever o período do controle colonial britânico da Palestina.

Oriente Médio
  1. SWANA (South West Asia and North Africa) / Sudoeste Asiático e Norte da África)
  2. Ásia Ocidental/Norte da África/Países do Golfo/Países de língua árabe
    (quando relevante)

“Oriente Médio” é um termo colonialista que coloca a Europa no centro e tudo o resto em relação a ela. Ele nivela nações amplamente diversas em um único bloco.

Veja também: Oriente Próximo; Oriente

Idade militar
  1. Jovens palestina
  2. Criança palestina
Oriente Próximo
  1. Ásia Ocidental

“Oriente Próximo” é um termo britânico do século XIX usado para distinguir entre o “Extremo Oriente” (Ásia Oriental), indicando a distância em que se encontram de Londres, e não tem nada a ver com as pessoas ou a cultura.

Veja também: Oriente Médio; Oriente

Bairros (judeus/israelenses)
  1. Assentamentos israelenses
  2. Colônias israelenses

“Bairros judeus” são frequentemente usados para se referir aos assentamentos em Jerusalém, sugerindo legitimidade, embora eles tenham sido construídos em terras anexadas e ocupadas.

Veja também: Posto avançado

Neutralização
  1. Assassinato extrajudicial
  2. Assassinato
  3. Assassinato
  4. Massacre

Veja também: Assassinato seletivo; liquidação; eliminação

Operação (por exemplo: Operação de Parede de Ferro)
  1. Genocídio
  2. Ofensiva/ataque militar
Oriente
  1. SWANA(South West Asia and North Africa) / Sudoeste Asiático e Norte da África

“Oriente” foi popularizado na era colonial para se referir a tudo o que está a leste da Europa e está enraizado no orientalismo: uma visão de mundo que desumanizou árabes, asiáticos e muçulmanos.

Veja também: Oriente Médio; Oriente Próximo

Posto avançado
  1. Posto avançado colonial
  2. Liquidação
  3. Colônia

Veja também: Bairros

Paz (conversações/processos/negociações)
  1. XX - negociações mediadas
  2. Negociações multilaterais/bilaterais
Pró-Palestina
  1. Solidariedade com a Palestina
  2. Defendendo a justiça e a liberdade

A oposição entre “pró-Israel” e “pró-Palestina” reforça o Dois-ladismos, transformando a questão em um problema étnico/racial, em vez de político e colonialista.

Pró-Israel
  1. sionista
  2. Apologista israelense
Terra Prometida
  1. Palestina
  2. Terra Santa (em contexto religioso)

Veja também: Terra de Israel

Realocar
  1. Limpeza étnica
  2. Deslocamento/transferência forçada
  3. Desapropriação
  4. Deportaçao

Veja também: Despejos; deslocamentos

Tumulto
  1. Resistência
  2. Protesto
  3. Revolta
  4. Revolta

Veja também: Agitação

Prisioneiro de segurança
  1. Prisioneiro político
  2. Detido arbitrariamente
  3. Raptado
  4. Prisioneiro de guerra
Conflitos
  1. Repressão aos manifestantes
  2. Violência colonial contra palestinos
  3. Resistência palestina à violência dos colonos
  4. Protestos palestinos
  5. Brutalidade do exército/colonos

Veja também: Confrontos

Assassinato seletivo/deliberado
  1. Assassinato extrajudicial
  2. Assassinato
  3. Assassino
  4. Chacina

Veja também: Liquidação; neutralização; eliminação

Monte do Templo
  1. Composto/esplanada de Al-Aqsa
  2. Al-Haram Al-Sharif
Terrorismo/Terrorista
  1. Lutador pela liberdade
  2. Militante/combatente/lutador
  3. Movimento anticolonial
  4. Luta armada/resistência

O termo e a narrativa “terrorismo” não devem ser usados. O termo é político, não tem base jurídica e é usado como arma contra pessoas oprimidas e marginalizadas. Use as alternativas acima com base no contexto da frase.

Tzahal
  1. Forças de ocupação israelenses (IOF)
  2. Exército militar israelense
  3. Forças coloniais israelenses

Veja também: IDF

Agitação
  1. Resistência
  2. Protesto
  3. Revolta
  4. Revolta

Veja também: Tumulto

Sem voz
  1. Privou uma voz ou espaço
  2. Negado a falar
  3. Silenciado

Veja também: Beneficiários

Parede
  1. Apartheid/Anexação/Muro de Segregação

“Parede” é comumente precedida por segurança ou separação

Veja também: Barreira; Cerca

Procurado
  1. Combatente/lutador pela liberdade visado

“Procurado” implica criminalidade dos combatentes pela liberdade palestinos que se escondem para não serem assassinados ou presos.

Veja também: Fugitivo

Guerra
  1. Genocídio contra palestinos
  2. Ofensiva militar
  3. Agressão
  4. Ataque

Mesmo que a palavra “guerra” seja usada, ela deve retratar que há uma guerra genocida/agressiva contra os palestinos, mas não uma guerra entre dois lados.

Veja também: Conflito; conflito árabe-israelense; conflito israelense-palestino; Guerra Israel-Hamas/Guerra Israel-Gaza

Guia de fotografia

Recursos externos

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Teste seus conhecimentos

Todos nós temos preconceitos inconscientes, moldados pela mídia que consumimos, pelo conhecimento que nos é ensinado e pelos sistemas em que vivemos. Este breve questionário interativo tem como objetivo ajudá-lo a refletir sobre como esses preconceitos podem se manifestar em seu trabalho como jornalista, artista, organizador ou comunicador em geral.

Pense nisso como um espelho, não como um teste — não há notas, apenas uma oportunidade para fazer uma pausa, aprender e crescer. Com base nas suas respostas, você será direcionado para as seções relevantes do guia para aprofundar sua compreensão e fortalecer sua prática. 

Todas as imagens, títulos e exemplos selecionados no questionário são retirados de exemplos reais e não são gerados por IA.

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